terça-feira, 15 de dezembro de 2009

As De Verão

...que as férias de julho são um respiro fora do convívio escolar, e as férias de dezembro são um mergulho na convivencia social, pessoal e familiar.


E é dada a largada para o início do melhor período do ano. Todos os estudantes, satisfeitos, exaustos, preguiçosos, estressados, desanimados ou simplesmente ansiosos pelo final do ano letivo, depois de tanto tempo à postos, partem em disparada na direção do pit stop. Deixam para trás as aulas, os professores, as provas. Abandonam até a sempre esperada hora do intervalo e o convívio diário com os colegas de classe. O despertador, que durante o ano soava toda manhã antes das seis horas, agora come a poeira levantada pelos jovens saturados do dia-a-dia escolar.

Se para uns, férias é um período para refletir, planejar e se afastar das complicações e obrigações do cotidiano. Para outros, o recesso de dezembro é a melhor época para executar antigos planos, tirar da prancheta o projeto de concertar aquele banco de madeira no jardim do quintal.

Para mim, férias significam nada mais do que as duas necessidades supridas ao mesmo tempo. Época útil para digerir os grandes, pequenos, felizes e tristes fatos do ano que acaba em alguns dias, bolar aquelas velhas táticas de uso pessoal para que em 2010 não sejam cometidos os erros de 2009. Além de refletir, também é muito bom ter esses dois meses de ósseo para agir. Não que eu tenha um banco a ser concertado no meu quintal, mas tenho muitas outros projetos do tipo para concluir: peças de tricot a alguns pontos do fim, canções que estão lá no violão me esperando para serem tiradas, textos escritos pela metade, livros lidos até parte do terceiro capítulo, uma lista de filmes para alugar, um monte de gente com quem quero passar mais tempo e por aí vai.

O fato é que agora que estou menos ocupada, os dias parecem mais longos e os compromissos mais interessantes. Minha mente não parece capaz de armazenar tudo que processo. Pelo menos posso observar os fatos mais atentamente, refletir melhor sobre o que vejo e escrever com mais freqüência. Daí a criação de mais um blog, para expressar as pirações e idéias que passam pela minha cabeça de adolecente cansada descansando e contar o que vejo durante essas férias tãao esperadas.
Nesse clima de reflexão e produtividade estendo meu tapete laranja..
Bem-vindos!

sábado, 17 de outubro de 2009

Úmido

É que quando chove, a primeira coisa que eu faço é fechar as janelas. A segunda, é correr pro quintal, pra presenciar a tempestade, lavar a alma e esperar o sol sair.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Beloucubista

Não digo tudo. Pois, se dissesse, o que me sobraria para viver?
É uma experiência única ver-te devorando aos poucos as pistas que entrego. Migalhas de mim que de grão em grão vão compondo uma nova imagem de tudo que sempre fui.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tipo eu

Durmo centenas de horas, caminho milhares de quilômetros, mofo durante dias na frente da televisão, me afogo por meses dentro de livros e afogo décadas de músicas em mim, como toneladas de alimentos sutilmente contaminados e convivo com multidões de pessoas potencialmente homicidas, talvez suicidas. Penso em tudo a todo instante, mas sempre esqueço dos detalhes: as horas, os dias, quantidades e ordens etc..
Percebo que quanto mais me desapego das letras, melhor compreendo as palavras.

quinta-feira, 12 de março de 2009

De Lá Pra Cá

Fora ela a única a se surpreender. E dentre todas que havia em si, a que mais mudara, desde o fim de um ano em que sobreviver significou adaptar-se. Agora, com nova mente e novos olhos, poderia melhor entender e usufruir de tudo de presente que estaria por vir. Pela primeira vez ouviria sons e vozes, ao invés das traiçoeiras palavras. Antes de atentar a olhares frustrados, notaria o contágio dos sorrisos descontraídos. O prazer também se mostraria presente nos vícios e desacordos, até então, inéditos. Evidentemente, a adaptação continuaria sendo uma tarefa constante. Resistiria a discutir as frivolidades da vida, mas aprenderia que a subjetividade não é o único meio de sensibilizar. Notaria a magia de uma piada criada às pressas ou de uma gargalhada mais demorada. Entenderia o porquê das noites repletas de tarefas, obrigações e ocupações. Discordaria das manhãs preguiçosas e das corridas contra o tempo, rua a cima. Aprenderia a deixar o tempo passar, sem considerar perdido tudo que não havia passado e passaria mais tempo se dedicando a não perder os momentos que realmente importam. Se importaria com as simples expressões de felicidade. Enxergaria no mesmo mundo de antes, tons, cores e formas recém-criadas e saberia fazer disso seu novo mundo, sua vida.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Meio não

Ocultar uma verdade em si
é gritar uma mentira ao mundo
Mas a incerteza
acaba por tornar tudo mais honesto

A confusão de fora, nada mais é
do que a sinceridade de dentro
Duas faces do mesmo rosto,
libertando e recolhendo sorrisos


A multidão de pontos de vista
vai guiando um par de olhos
levando o corpo  onde há mente