quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Repouso Corrido


Corri pra pegar o ônibus. Tudo que estava no bolso da jaqueta caiu no chão, celular, chaves, fones, moedas, muitas moedas. A porta estava aberta, o motorista impaciente me olhava por cima. Meu primeiro impulso foi deixar tudo no asfalto correr até a porta. Já estava tarde, sabe-se lá quanto demoraria pro próximo passar. Caí em mim, não fazia sentido deixar as coisas ali. Voltei pra tatear o chão atrapalhada, recolhendo tudo. Achei que o motorista não fosse esperar. Esperou mas não respondeu o meu “boa noite, obrigada”.

Sentei no ultimo banco, o ônibus estava quase vazio e, caramba! Fazia tempo que eu não descansava. De repente, descansar se transformou nisso, sentar num banco de ônibus, nada pra ouvir, nada pra ler, ninguém pra conversar, nenhuma questão para desenvolver, ou problema pra solucionar. Apenas uma paisagem feita de penumbra, letreiros e luzes amareladas. Absorvia-a tentando pensar menos. A cidade passava rápido por mim e fazia ventar no meu rosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário